quinta-feira, julho 22, 2004

..VAI O REI QUE NINGUÉM QUIS..

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Numa rua de má fama
faz negócio um charlatão
vende perfumes de lama
anéis de ouro a tostão
enriquece o charlatão
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E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos três enguias
uma cabra abracadabra
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Na ruela de má fama
o charlatão vive à larga
chegam-lhe toda a semana
em camionetas de carga
rezas doces paga amarga

No beco dos mal-fadados
os catraios passam fome
tem os dentes enterrados
no pão que ninguem mais come
os catraios passam fome

E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos tres enguias
uma cabra abracadabra

Na travessa dos defuntos
charlatões e charlatonas
discutem dos seus assuntos
repartem-se em quatro zonas
instalados em poltronas

Entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguem quis
vai o tiro de um canhão
e o trono e' do charlatão

E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos três enguias
uma cabra abracadabra

Para a rua saiem topeiras
entra o frio nos buracos
dorme a gente nas soleiras
das casas feitas em cacos
em troca de alguns patacos

E' entrar senhorias
a ver o que cá se lavra
sete ratos três enguias
uma cabra abracadabra

Entre a rua e o país
vai o passo de um anão
vai o rei que ninguem quis
vai o tiro de um canhão
e o trono do charlatão