sábado, junho 03, 2006

A CASA DO ALENTEJO,em Lisboa

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PÁTIO INTERIOR DA CASA DO ALENTEJO

A CASA DO ALENTEJO é um dos mais bonitos edificios apalaçados da Baixa lisboeta
Não por fóra, só que entra nos seus salões fica pasmado.

A História do "Palácio Alverca"

Construído possivelmente nos finais do século XVII, o edifício onde hoje se encontra instalada a Casa do Alentejo sofreu profundas modificações no princípio do século XX.
Da sua história mais antiga pouco se sabe. Apenas que pertencia a uma família aristocrática – os Paes de Amaral (Viscondes do Alverca) – de quem adoptou o nome de Palácio Paes do Amaral ou Palácio Alverca, cuja propriedade vem ate aos nossos dias.

Construído "extra-muros", contíguo às Portas do Santo Antão que faziam parte da "Cerca Fernandina" (1373), é das suas muralhas que se aproveita para empenas Sul e Nascente.

No sítio onde lança as fundações, existira antes, nos meados do séc.XV, um curral de porcos. Depois instalou-se aí um matadouro "onde se matava o gado vacum", em seguida uma fábrica de curtumes e, finalmente, seria o local onde se "depositavam animais de carga que fossem encontrados nas ruas". É deste "chão" que se irá apropriar, em 1919, o "Magestic Club", um dos primeiros casinos de Lisboa. O olisipógrafo Luís Pastor de Macedo refere-se ao facto desta maneira: "Quem pensaria então, naquelas noites lilases ou azuis, com trajes rosa ou verdes, que ali, no mesmo sitio, também já tinham chafurdado porcos!".

Em tempos já mais recentes aí funcionou um liceu, talvez o primeiro de Lisboa e, na altura da sua adaptação a casino, nele se encontrava instalada "A Liquidadora", armazém de mobiliário e objectos de arte. Por motivos que desconhecemos, o "Magestic" adopta mais tarde o nome de "Monumental Club" que, já sem as suas luxuosas salas de jogo, se mantém ate 1928.

Em 1932 é arrendado ao "Grémio Alentejano", posteriormente "Casa do Alentejo", que recentemente adquiriu o imóvel aos proprietários descendentes dos fundadores.

FOTO DA ABÓBODA DA CASA DO ALENTEJO

O projecto de alterações (ou "apropriações" no dizer do autor) dera entrada na Câmara em 1917, e trazia a assinatura do Arquitecto António Rodrigues da Silva Júnior, um dos mais prestigiados da época. A sua inauguração seria em 1919. Obra notável de qualidade e rapidez ainda para os nossos dias, esta adaptação foi um trabalho gigantesco. Ela mobiliza, sob a direcção do Arq. Silva Júnior, nada menos que três construtores, que se constituíram expressamente para o efeito em Sociedade Construtora, bem como dezenas de artistas e artesãos. Silva Júnior, obtidas todas as facilidades por parte da Direcção do "Club", faz-se rodear dos principais artistas da época, quer na pintura quer na azulejaria, como Júlio Silva, Benvindo Ceia, Domingos Costa, José Ferreira Bazalisa e o grande mestre do azulejo Jorge Colaço. Juntamente com mais de uma dezena de subempreiteiros dá inicio à obra.