sábado, novembro 11, 2006

MONTE DA DOTESTA

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VISTA AÉREA DO MONTE DA DOTESTA

É com grande satisfação que vemos integrar a equipa de colaboradores do nosso Blog , o ELISIÁRIO GUERREIRO CANDEIAS, que nos traz uma imagem do seu Monte, o Monte da Dotesta, e um pequeno texto sobre a sua localização e vicissitudes.



"O Monte da Dotesta é uma pequena povoação do Baixo Alentejo, situada na Freguesia do Rosário, no Concelho de Almodôvar.
O Rosário é uma freguesia com 60,70 km² de área e 606 habitantes (2001). Densidade: 10,0 hab/km².

Nas décadas de 40, 50 e 60, época em que estava toda povoada , tinha uma elevada taxa de população jovem, como a Ilda, a Natércia , a Herminia, a Maria Rita, a Rita, a Maria Adelina ,a Maria dos Anjos e muitas outras raparigas.
Eram elas, que após uma semana de labuta no campo, arranjavam energia e muita disposição, para organizarem alegres bailes aos Sábados à noite.
Para o efeito convidavam as amigas dos Montes da Ribeira e Porteirinhos, e juntas e com rapazes de montes vizinhos, que nunca faltavam, dançavam todo o serão, muitas vezes a toque de armónica de boca, e até, ao som das modas que elas próprias entoavam, enquanto dançavam.
Hoje, infelizmente, é uma Povoação totalmente desabitada, assim como muitas outras que existem pelo País inteiro, o que deixa alguma tristeza para quem viveu lá nessa época, e agora lá vai ou por lá passa ,com muita saudade."

Lembramos o lindo poema dedicado ao MONTE DA DOTESTA pela NATÉRCIA MARIA, nessas décadas de ouro, habitante do monte:
DOTESTA

Oh Dotesta quem te viu
Quem te vê agora então
Fica triste e desolada
Pois estás mesmo abandonada
As pedaços pelo chão.

Eras um Monte bonito
Todos gostavam de ti
Quem lá ia uma vez
Ia uma, duas , três
Que bons tempos lá vivi

REFRÃO

Era tão bom
Os que te vêem agora
Que te voltassem a vêr
Como tu eras outrora.
Que maravilha
Se voltasses novamente
Ao que eras noutro tempo
Para alegria da gente.

Não importava que o Monte
Por outros fosse habitado
Mas gostasse isso sim
De te poder vêr ainda
Novamente restaurado.

Quem te conheceu um dia
Ao vêr-te fica pasmado
De vêr o Monte que eras
Lamentam profundamente
Ao que tu tenhas chegado.

Era gente de Lisboa
Que te vinham visitar
Ficavam maravilhados
Ao vêr a casa de campo
Pr.as suas férias passar.

Muito havia pr.a dizer
Sobre ti Monte da Testa
Mas é verdade porém
Que era lá sempre uma festa.

Poema de Natércia