segunda-feira, outubro 08, 2007

ALENTEJANOS do FEIJÒ - de Campo Maior e da Amareleja

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Andar pelo Feijó é encontrar gente do Alentejo
Já aqui o disse, hoje volto ao tema.

À conversa com os amigos alentejanos de São Domingos de Santiago do Cacém e de Moura, comentando o post que editei no nosso blog, fui apresentado a mais dois oriundos da planície.

Um é de Campo Maior , o outro da Amareleja.

Aproveito pis para divulgar a sua terra.

CAMPO MAIOR


Área 247,26 km²
População 8 387 hab. (2001)
Número de freguesias 3
Fundação do município
(ou foral) 1260



Distrito Portalegre

Campo Maior é uma vila portuguesa no Distrito de Portalegre, região Alentejo e subregião do Alto Alentejo, com cerca de 7 900 habitantes.


É sede de um município com 247,26 km² de área e 8 387 habitantes (2001), subdividido em 3 freguesias. O município é limitado a norte e leste pela Espanha, a sueste pelo município de Elvas e a oeste por Arronches.


As freguesias de Campo Maior são as seguintes:


Nossa Senhora da Expectação (Campo Maior)
Nossa Senhora da Graça dos Degolados
São João Baptista (Campo Maior)

História
Certamente foi uma povoação Romana, dominada por Mouros durante meio milénio e reconquistada por cavaleiros cristãos da família Pérez de Badajoz em 1219, que posteriormente ofereceram a aldeia, pertencente ao concelho de Badajoz, à Igreja de Santa Maria do Castelo.

Em 31 de Maio de 1255, D. Afonso X de Leão e Castela, elevou-a a Vila.

O Senhor da Vila, o Bispo D. Frei Pedro Pérez concedeu, em 1260, o primeiro foral aos seus moradores assim como o seguinte brasão de armas: N. Sr.ª com um cordeiro, e a legenda “Sigillum Capituli Pacensis”.

Em 31 de Maio de 1297, através do Tratado de Alcanizes assinado em Castela por D. Fernando IV, rei de Leão e Castela e D. Dinis, passa a fazer parte de Portugal, juntamente com Olivença e Ouguela.

Campo Maior vai pertencer sucessivamente a D. Branca, irmã de D. Dinis, em 1301 ; a D. Afonso Sanches, filho ilegítimo do mesmo rei, em 1312; e novamente a D. Dinis em 1318.

O seu castelo que se ergue a leste da vila foi reedificado por D. Dinis em 1310, e foi no século XVII e XVIII que se levantaram fortificações tornando Campo Maior numa importante praça forte de Portugal.

Como reflexo da influência castelhana em Campo Maior, durante a Revolução de 1383-85, a guarnição militar e os habitantes da vila colocam-se ao lado do rei de Castela, tornando-se necessário que o Rei João I de Portugal e D. Nuno Álvares Pereira se deslocassem propositadamente ao Alentejo com os seus exércitos para a cercarem durante mais de um mês e meio, tendo a ocupado pela força em fins de 1388. D. João II deu-lhe novo brasão: um escudo branco, tendo as armas de Portugal de um lado, e de outro S. João Baptista, patrono da vila.

Em 1512, o rei D. Manuel I concedeu o Foral Novo à vila de Campo Maior.

Desde os fins do século XV, muitos dos perseguidos pela Inquisição em Castela refugiaram-se em Portugal, tendo a população de Campo Maior aumentado substancialmente à custa da fixação de residência de muitos desses foragidos.

A comunidade judaica ou rotulada como tal era tão numerosa na vila no século XVI que nas listas dos apresentados em Autos de fé realizados em Évora pela Inquisição, Campo Maior aparece entre as terras do Alentejo com maior número de acusados de judaísmo.

A guerra com Castela a partir de 1640 vai produzir as primeiras grandes transformações. A necessidade de fortificar a vila que durante os três últimos séculos se desenvolvera acentuadamente para fora da cerca medieval, a urgência em construir uma nova cintura amuralhada para defesa dos moradores da vila nova dos ataques dos exércitos castelhanos, vai obrigar o rei a enviar quantias avultadas em dinheiro, engenheiros militares, operários especializados e empregar um numeroso contingente de pessoal não qualificado. Os contingentes militares são então numerosos. Calcula-se que na segunda metade do século XVII, em cada quatro pessoas residentes na vila, uma era militar. Campo Maior foi, durante algum tempo quartel principal das tropas mercenárias holandesas destacadas para o Alentejo. A vila torna-se naquele tempo o mais importante centro militar do Alentejo, depois de Elvas.

Em 1712, o Castelo de Campo Maior vê-se cercado por um grande exército espanhol comandado pelo Marquês de Bay, o qual durante 36 dias lança sobre a vila toneladas de bombas e metralha, tendo conseguido abrir uma brecha num dos baluartes; o invasor ao pretender entrar por aí, sofreu pesadas baixas que o obrigaram a levantar o cerco.

No dia 16 de Setembro de 1732, pelas três da manhã, desencadeia uma violenta trovoada, o paiol, contendo 6000 arrobas de pólvora e 5000 munições, situado na torre grande do castelo é atingido por um raio, desencadeando de imediato uma violenta explosão e um incêndio que arrastou consigo cerca de dois terços da população.

D. João V determina a rápida reconstrução do castelo. A vila vai erguer-se lentamente das ruínas e aos poucos refazer-se para voltar a ocupar o lugar de primeira linha nos momentos de guerra e de local de trocas comerciais e relacionamento pacífico com os povos vizinhos de Espanha, nos tempos de paz.

No século XVIII termina a construção das actuais Igrejas da Misericórdia e da Matriz, e lança-se a primeira pedra para a fundação da Igreja de S. João. A vila que até então só tivera uma freguesia urbana é dividida nas duas actuais, Nossa Senhora da Expectação e São João Baptista, em 1766.

Os primeiros anos do século XIX são em Campo Maior de grande agitação. Um cerco, em 1801, pelos espanhóis e uma revolução local, em 1808, contra os franceses que então invadiram Portugal o comprovam.

A sublevação campomaiorense contra a ocupação napoleónica vai sair vitoriosa devido ao apoio do exército de Badajoz que permanece na vila durante cerca de três anos.

Em 1811 surge uma nova invasão francesa que fez um cerco cerrado durante um mês à vila, obrigando-a a capitular. Mas a sua resistência foi tal que deu tempo a que chegassem os reforços luso-britânicos sob o comando de Beresford, que põe os franceses em debandada, tendo então a vila ganho o título de Vila Leal e Valorosa, título este presente no actual brasão da vila.

As lutas entre liberais e absolutistas em Campo Maior são também acontecimentos assinaláveis.

Em 1836, foi extinto o vizinho concelho de Ouguela, tendo esta vila sido agregada à de Campo Maior.

O cólera matou, em 1865, durante cerca de dois meses e meio, uma média de duas pessoas por dia.

Em 1867, tentam extinguir Campo Maior como sede de concelho, anexando-o ao concelho de Elvas. Tal decisão provoca um levantamento colectivo da povoação, que em 13 de Dezembro, entra numa verdadeira greve geral.

O concelho é definitivamente acrescido da sua única freguesia rural, em 1926 – Nossa Senhora da Graça dos Degolados.

Só em 1941, porém, o concelho adquire a seu actual divisão em três freguesias, com a anexação da freguesia de Ouguela à de São João Baptista, dado o grande declínio populacional da primeira

AMARELEJA



Amareleja é uma freguesia portuguesa do concelho de Moura, com 108,34 km² de área e 2 763 habitantes (2001). Densidade: 25,5 hab/km².

É famosa pelos constantes recordes de temperatura máxima. Durante muitos anos, até ao século XX, por causa da sua área, foi considerada a maior aldeia de Portugal. O bom vinho, o bom queijo branco de ovelha e o bom porco preto local fazem a boa mesa da Amareleja. O seu clima proporcionará a projectada grande central europeia de energia solar. Está próxima do Alqueva, do Rio Ardila e do Castelo de Nodar.

Em 10 de Abril de 1677, o então padre da freguesia escreveu no termo de abertura de um livro de registo de visitas: "Freguesia de nossa Sª. de Concepsao de Marileiga ...".

Data de 1 de Abril de 1695, um documento que se refere ao "lugar de Nossa Senhora da Conceição de Mareleja".

Diz-se que o nome surgiu devido à abundância de flores amarelas nos campos circundantes, pelo que os primeiros povoadores (possivelmente pastores da Beira Baixa) lhe chamavam "Campo das Amarelas" .

Ainda hoje existem duas propriedades entre a povoação e a fronteira de Espanha, cujos nomes são Amarelas e Amarela.


origens

Embora os documentos paroquiais referentes ao lugar datem de 1534, Amareleja já consta nos censos de D. João III (realizados em 1527).

Segundo o que se lê em "Portugal Restaurado - Luís de Meneses - Conde de Ericeira, Lisboa 1751", já pelas Guerras da Restauração, Amareleja foi vítima de pilhagens de inimigos, e daí para cá já passaram 364 anos.

Os documentos paroquiais existentes na Torre do Tombo são referentes a 1793. No livro de visitas pastorais, foi lançada uma ordem do Bispo de Beja, em 23 de Dezembro de 1773, para lhe serem enviados os livros de baptismos e matrimónios, livros estes que desapareceram, não permitindo apurar a sua idade.

A verdade é que, nesta zona, foram encontrados sinais evidentes da permanência ou passagem de gerações de tempos muito mais recuados. Várias descobertas arqueológicas como, Antas, sepulturas tipo Cromeleque, pinturas rupestres, machados de sílex, vestígios de fundição de metais, sepulturas da idade do bronze, sepulturas escavadas na rocha, quase sempre descobertas ao acaso, aquando de trabalhos agrícolas ou de construção de estradas.

Também apareceram vestígios da civilização Romana, tais como o pavimento de uma habitação, sepulturas com tampa circular que continham tigelas e fragmentos de lacrimal, moedas do Imperador Cláudio, fragmentos de tégulas, pedras de atafona, pedras de moinhos manuais. No Barranco de Valtamujo existem restos de uma ponte romana, que possivelmente daria ligação com outra existente no rio Ardila e perto do porto do Castelo. Esta ponte daria passagem aos moradores das margens de Vale de Navarro onde se encontram muitos vestígios de vida antiga.

Dos vestígios arqueológicos encontrados, os mais abundantes são da época romana, localizados desde o norte da vila até às margens do rio Ardila.

Não restam dúvidas que estes campos foram desde sempre habitados por várias gerações, desde a pré-história.

Amareleja - Como surgiu a povoação?

No reinado de D. Sancho II, Moura (actual sede de Concelho da freguesia de Amareleja) foi conquistada aos Mouros e estabelecida em senhorio, segundo o regime feudal.

D. Sancho II entregou a Vila de Moura aos Cavaleiros da Ordem do Hospital. Estes Cavaleiros deixaram assinaladas em Amareleja a sua passagem e presença, podendo ainda as marcas da Ordem ser vistas em marcos que possuem a sua cruz.

É de admitir, assim, que a formação das primeiras habitações tivessem a influência da Ordem do Hospital e de outros grandes Senhores, visto que estes favoreciam a aglomeração de pastores e rebanhos vindos de várias partes do reino. Esta aglomeração não era mais que o juntar das suas malhadas e seu aperfeiçoamento, até virem a formar como que um "monte alentejano", cujo local teria sido o sítio ainda hoje chamado "Montinho" ou a parte da Vila denominada "aldeia velha".

Pensa-se que na reunião das Côrtes da Cidade de Évora em Novembro de 1481, o povo, por meio dos seus procuradores, determinou a criação de capelas e hospitais que se repartiam pelas diversas comarcas do reino. Teria sido nesta altura que o lugar "Mareleja" veio a ser provido de assistência religiosa.

Mas, dados ou referências não vão além de 1527. Verifica-se em documentos desta altura, relativos ao censo realizado a mandado de D. João III, que o lugar já tinha 55 fogos. Podemos dar um período de cerda de 200 anos para a criação destes 55 fogos, visto que as condições de vida não eram favoráveis para um desenvolvimento rápido.

Devemos concordar que desde os meados do Séc. XIII a meados do Séc. XV, foi um longo caminhar até à fixação e formação do aglomerado que se transformou na aldeia de Amareleja.

Podemos afirmar que pelos fins do Séc. XV as necessidades religiosas destas pessoas levou à construção da "Igrejinha de Stº. António" que é considerado o Padroeiro dos Gados. Esta pequena igreja foi construída num pequeno outeiro a relativa distância dos lugares chamados "Montinho" e "aldeia velha".

Apesar de existirem falhas de informação sobre algumas épocas, não nos parece demais admitir que esta Vila de Amareleja tem já cerca de 500 anos.

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