domingo, maio 18, 2008

"O HOMEM QUE à TERRA CANTA", VOZES, VIOLAS E GUITARRAS



No passado dia 9, o nosso blog teve o privilégio de ter estado presente no excelente espectáculo que teve lugar no Cine Teatro de Almodôvar.

Sob a égide da Rede de internacional de Municipios pela cultura tivémos um espectáculo a que chamaram:
"O HOMEM QUE à TERRA CANTA", VOZES, VIOLAS E GUITARRAS

Como o título sugere,o espectáculo construíu-se em torno de instrumentos de cordas, como violas, violões e guitarras, tendo passado pelo palco artistas de diversas culturas, como: a Alentejana (Portugal), a Andaluza (Espanha), e a Mineira (Brasil).

A abrir , esteve a "equipa da casa", que já nos vem habituando à solidez da sua qualidade - o GRUPO CORAL VOZES DE ALMODÔVAR.

Muito aplaudidos, muito acarinhados, deram um excelente pontapé de saída a uma noite que se revelaria estimulante.

Tivémos também a sonoridade escaldante da viola flamenca e a voz de Juan Luis Ramirez.

Ainda na língua e na pronúncia de Camões ,ouvimos com atenção prazeirosa as belas modas do Rancho de Cantares de Aldeia Nova de São Bento, com as suas vestes muito singulares,e a guitarra portuguesa de Armando Torrão, a que se juntou a voz poderosa da fadista Fernanda Oliveira e da já consagrada Ana Valadas de Almodôvar, a quem sempre ouço com muito agrado e que a cada actuação que estive presente, cresce e avança para uma dimensão já muito elevada, e ainda o grupo de jovens alunos do Pedro Mestre. Todos encantaram a plateia que os aplaudiu generosamente.


Já tinha assistido ao vivo a actuações em palco de Chico Lobo de São João Del Rey, Minas Gerais, em conjunto com Pedro Mestre de Castro Verde. Foi em Almada no Verão de 2007, e então gostei bastante.
Tenho seguido a carreira de ambos ,individualmente e em conjunto.
A de Pedro, em multiplas actuações ao vivo, em Castro Verde, Almodôvar e outras localidades, quer na sua vertente de músico, interprete de viola campaniça, quer no Grupo de cante "Violas campaniças", ou ainda no seu novo grupo "4 ao Sul", não esquecendo a sua faceta de construtor de violas e de mestre da arte das as tocar, o que constitui uma certeza de que as gerações futuras continuarão a tradição.
Como o Pedro, aparece uma pessoa com esta potencialidade de muitos em muitos anos

Falando do Chico Lobo, também o nosso blog segue a sua carreira desde Julho do ano passado, época em que o vi e escutei pela primeira vez em Almada.
Através dos seus blogs e do youtube tenho vindo a estar "em dia" com os seus shows ao vivo, as suas deslocações no Brasil, as suas imagens.

O encontro dos dois, do Pedro com o Chico, foi uma mais valia para a música, e resultou na constatação de que ambos tocam com violas cuja estrutura e sonoridade têm semelhanças incríveis.
A viola campaniça do Alentejo, e a a viola caipira do Estado brasileiro de Minas Gerais, casam-se na perfeição.

No Concerto de Almodôvar os dois e as suas violas levaram a sala ao rubro, e às tantas, já não se sabia quando é que o som de uma viola acabava e a outra começava.


Gostei imenso do temas: "Vazante", do "Batuque da viola" e especialmente da "Morena do Alentejo" e do "Centro ao centro", cantado em apoteose com o palco repleto com todos os cantores e grupos presentes a entoá-lo. Mais parecia uma cena coreografada para uma ópera mum "finale"...de belo efeito.


Foi um belo espectáculo!!!