terça-feira, novembro 04, 2008

amanhã há "CINEMA ÀS QUARTAS"

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O FILME QUE VAMOS PODER VÊR
NO FORUM MUNICIPAL AQUI

EM CASTRO VERDE É_
"O MENINO DE CABUL"



O Menino de Cabul”, de Marc Forster, baseado num romance de sucesso, é um filme exemplar. Sobrepõe rostos humanos e um contexto histórico às trágicas imagens de guerra do Afeganistão.

trailer do filme

A história começa com rapazes a lançarem papagaios. Estamos na cidade de Cabul em 1978, antes dos Russos, dos Talibã, dos Americanos e da anarquia. Amir (Zekiria Ebrahimi) junta-se aos inúmeros rapazes que enchem o céu de papagaios que por vezes dançam sobre os telhados na sua luta de tentarem cortar as linhas dos outros papagaios. O amigo de Amir é Hassan (Ahmad Khan Mahmoodzada), o filho de Ali, um criado de longa data da família, que está com eles há anos e que é como se fizesse parte da família.
Hassan é o melhor corredor de papagaios da vizinhança, anunciando correctamente quando é que um papagaio cai por terra, e indo esperá-lo ao local exacto para o agarrar.

Os rapazes vivem numa cidade saudável e vibrante, ainda não atingida pela guerra. O pai de Amir, Baba (Homayoun Ershadi), é um intelectual laico, que não acredita nos “mullahs”. Baba, ama os dois rapazes igualmente, observando-os com benevolência.

Há um rufia na vizinhança, chamado Assef, que tem ciúmes de Amir e do seu papagaio, dos seus dotes, e do seu corredor de papagaios. Num dia que irá transformar a vida de muitos, ele e o seu bando, perseguem Hassan, atacam-no e violam-no. Amir chega a tempo de ver a agressão, mas para sua vergonha, foge.

Então dá-se uma curiosa química. Amir sente-se tão culpado em relação a Hassan, que os seus sentimentos transformam-se em ódio, e tenta insultar o amigo, chegando a alvejá-lo com tomates maduros, mas Hassan fica impassível. Então, Amir tenta inventar provas de que Hassan é um ladrão, mas mesmo depois de Hassan (mentindo masoquistamente) confessar, o Baba perdoa-lhe. É o pai de Hassan, Ali, que insiste em partir com o filho, apesar dos protestos do Baba.

O filme recomeça nos nossos dias, com Amir, que agora vive em São Francisco, recebendo um telefonema de Rahim Khan: “Devias vir para casa. É sempre altura de reparar os erros.” Então surge uma admirável série de velhas recordações e novas realidades, do presente tentando curar as feridas do passado, de um adulto tentando reparar os danos que desencadeou em pequeno. Porque se não tivesse mentido acerca de Hassan, estariam todos juntos em Los Angeles, e a chamada telefónica teria sido desnecessária.

Trabalhando a partir do “best seller” de Khaled Hosseini, Forster e o seu argumentista David Benioff, fizeram um filme que passa ao lado das incoerências emocionais que frequentemente encontramos quando uma história gira entre o passado e o presente. Esta é sempre a mesma história, entrelaçada com a estrutura daquelas vidas.
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