quinta-feira, abril 09, 2009

O ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO, REGRESSOU A ALMODÔVAR


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O ORFEÃO UNIVERSITÁRIO DO PORTO
REGRESSOU A ALMODÔVAR E VOLTOU
A ENCANTAR

Almodôvar viu no Domingo passado as suas ruas serem invadidas por uma onda de boa disposição, cantigas, danças, côr, movimento e muita, muita ,animação.


Já no ano passado em Julho, o Orfeão tinha estado na Vila, mas só na sua versão "Cante alentejano", e integrado num espectáculo ,onde também figuraram as Cantadeiras da Alma Alentejana (Almada) e o grupo "Rastoulhices".
Nessa altura o nosso blogue esteve presente e publicou crónica do evento.

Fascinaram então, todos quantos os ouviram cantar as modas alentejanas com o delicioso sotaque do norte, e ,este ano, eis que voltaram, agora não só com o cante alentejano, mas também com todos os componentes do Orfeão, que cobrem todas as áreas regionais, o Côro Classico, o Fado de Lisboa, o Fado Académico ,os Jograis, e as Tunas , a Feminina e a Universitária do Porto.

Desta vez, os oitenta e tal componentes do Orfeão, iniciaram uma arruada pelas ruas










da Vila, partindo do Cine-Teatro via rotunda dos bombeiros, parando junto ao Café Dias ,do Paulo Guerreiro, onde fizeram uma paragem com uma mini actuação, tendo o seu grupo de "Pauliteitos de Miranda" sido muito aplaudidos pelas surpreendidas gentes da Vila, atraidas pelo som das gaitas de foles.




A arruada passou ainda pelo Largo da Igreja ,terminando na Praça da Republica, onde

cada "grupo regional" do Orfeão fez uma pequena actuação, assim como se fosse um "trailer" para o espectáculo que dariam à noite no Cine Teatro.





A Praça,onde se notam já alguns arranjos para o "Mercado Medieval" que terá lugar no fim de semana de 17 deste mês, viveu mais uma tarde bem divertida com os estudantes a darem largas à sua fama.

À noite o espectáculo de Gala, com a plateia rendida à sua qualidade superior , a quem não pouparam aplausos e elogios.

Tudo começou com o Côro clássico a preencher a 1ª.Parte da Gala:



A 2ª.parte teve inicio com o Grupo de Fado Académico:


muito aplaudido


as danças dos Açores


a que se seguiu as danças do Douro:


Mas é claro, como era esperado , foi a presença em palco do grupo do cante alentejano que mais aplausos arrancou da assistência:

O grupo "alentejano" do Orfeão já estabeleceu desde o ano passado, uma química muito especial com as gentes do Alentejo, em especial com os de Almodôvar, e isso saltou à vista, com as palmas a estalar, desde que apareceram na boca de cena e quando terminavam cada moda.



O actual líder do grupo, num improviso simples, agradeceu o carinho do povo alentejano,pela forma como estavam a ser recebidos...



...e chamou ao palco para com eles cantar, o Pedro Mestre ("com quem todos aprendemos",disse) e as Cantadeiras da Alma Alentejana e Luis Moisão, que vieram especialmente de Almada, para estar presentes a assistir e apoiar as suas actuações

TODOS JUNTOS NO PALCO- OS "ALENTEJANOS DO ORFEÃO" COM AS CANTADEIRAS DA ALMA ALENTEJANA E PEDRO MESTRE

Depois vieram as modas do Minho como as Amaçadeiras


E para final da 2ª.parte os "Pauliteiros de Miranda"m também um dos momentos altos da noite:

especialmente a "dança dos oficios"..

saindo do palco num nar de aplausos.

A 3ª.parte inicio-se pelos Fados de Lisboa:

muito aplaudidos e trauteados da plateia

A Tuna Feminina esteve inspirada e atraiu muitas palmas


assim como a masculina:

que encerrou o espectáculo cantando ,com o Presidente da Câmara de Almodôvar integrado na Tuna (com capa e tudo), o Hino do Estudante, e abandonando o palco:

sob uma trovoada de palmas.

Que voltem para o ano, já são da casa!!!

E agora, em jeito de síntese, aqui fica o registo final elaborado pelo amigo Luis Moisão:

Actuação do Orfeão Universitário do Porto
(5 Abril/09 no Cine-Teatro de Almodôvar)


Após a «arruada» efectuada entre as 17h e as 19h, onde cerca de 80 jovens do OUP percorreram as várias ruas de Almodôvar, com paragens pontuais para um «cheirinho» dos vários tipos de manifestação académica, a actuação principal iniciou-se por volta das 21,45h no Cine-Teatro, com a seguinte evolução:

1) Coro Clássico do OUP: constituído por 16 raparigas e 13 rapazes, que interpretaram 3 temas brasileiros sob a direcção do seu Maestro;
2) Grupo de Fado Académico: 3 instrumentistas e 2 cantores interpretaram uma tema de «oração» a Nossa Senhora;
3) Danças do Minho: 8 pares de dança, 6 instrumentistas (acordeão, viola, etc) e 9 cantores interpretaram 2 temas: «Ó Rosinha» e «Cana Verde»;
4) Cante Alentejano: 23 rapazes, sob a coordenação de Hélio, interpretaram 3 temas do Cancioneiro Alentejano: «Nós Somos do Alentejo», «Menina Florentina» e «Vou-me embora, vou partir»;
Nota: nesta última Moda e por solicitação dos elementos em palco, foi solicitada a colaboração para um cante conjunto, aos 9 elementos da Alma Alentejana de Almada (que ali se tinham deslocado propositadamente para apoiar este Grupo) e Pedro Mestre, jovem bem conhecido localmente que em conjunto com a Alma Alentejana trabalhou no anterior para a vinda deste mesmo Grupo a Almada e ao Alentejo.
5) Coro Popular: um misto de 28 elementos interpretaram 2 temas, com destaque para o tema: «Tia Anica»;
6) Cantares de Maçadeiras: um grupo de 13 raparigas, evocaram as tarefas de trabalho no campo e cante na região do Minho, à semelhança das Mondadeiras e Ceifeiras Alentejanas. Animadas pelos seus Adufes e Pandeiretas deliciaram-nos com: «Inda agora aqui cheguei», «Srª do Armurtão», «Música de Baile» e ««Meninas que andam no baile»;
7) Grupo de Pauliteiros de Miranda: sob o toque da gaita de foles e bombos, 8 rapazes evocaram as tradições locais apresentando-nos várias versões dos «Milhaços», com destaque para «Canário», «Os 4 ofícios» (este uma evocação dos 4 ofícios principais da região Mirandense), terminando com uma actuação empolgante de « O assalto as Castelo», que colocou todo o público que enchia a sala ao rubro, aplaudindo demoradamente em pé;

Após um breve intervalo e numa II Parte registámos:

8) Danças dos Açores: 10 pares mistos de dança e 20 tocadores/cantadores empenharam-se a fundo numa apresentação tipicamente Açoriana de: «Pezinho da Vila» e «Furado» (este num cante ao desafio entre homem e mulher);
9) Fado Lisboa: acompanhada por um guitarra e dois violas, a jovem Madalena deixou-nos embevecidos na evocação de um tema da nossa bem conhecida fadista Maryza: «Ó gente da minha Terra» (uma verdadeira surpresa esta jovem talento). Seguiu-se o tema «Bairro Alto» pelos jovens André Cardoso e Joana;
10)Tuna Feminina: 13 raparigas, com os respectivos instrumentos (violas, cavaquinhos, violino, bandolim, acordeão, violoncelo, adufes, batuque e pandeiretas), «anunciaram» a aproximação do final da festa com: «La sarapilheira», «El milagro de tus ojos» e «Rapsódia Portuguesa» (Muito boa noite srªs e srs, Cantiga da Rua, Água fria da Ribeira, Stº António já se acabou, Ai chega, chega a minha agulha e Uma Casa Portuguesa) - esta rapsódia acompanhada permanentemente por palmas e cante de toda a plateia;
11)Tuna Universitária do Porto: ainda sob a direcção do seu Maestro, chegou na forma de despedida e no contributo de 15 rapazes com instrumentos, como temas finais: «O teu segredo» e «Adios amañana», acompanhados pelo público. Finalmente, e após os agradecimentos finais prestados pelo OUP na pessoa do jovem estudante finalista e coordenador «Tó-Pê» ao apoio da Alma Alentejana ali presente e em especial à Câmara de Almodôvar, Drª Sílvia e Dr Rui Cortes, o Presidente da Câmara local subiu ao Palco para retribuir as ofertas e os agradecimentos. E foi com o Presidente da Câmara de Almodôvar entre os estudantes e envolto numa capa de estudante, que todos os presentes acompanharam a entoação de «Amor de Estudante», o chamado Hino do Estudante.

E foi assim num clima de euforia que terminou esta visita do OUP a Almodôvar, seguindo os jovens de seguida para Évora onde se encontram hospedados, para «carregar baterias», para as suas próximas actuações no Alentejo.
Uma palavra final de reconhecimento ao tão valioso contributo que a Câmara de Almodôvar prestou a todos os Alentejanos, ao possibilitar a vinda destes jovens, de um Orfeão com 97 anos de existência, até ao nosso Alentejo. Um apreço especial para o Grupo Coral Alentejano, que sendo tudo rapaziada do Norte, tão brilhantemente nos cantaram. Obrigado.


O Alentejo não tem fim !