terça-feira, junho 16, 2009

CHICO HORTA, DOS PORTEIRINHOS

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Ontem à noite,por volta das 9 e tal, vinha de Lisboa a caminho de Castro, a ouvir a Antena 3.
Falava-se de poesia, de livros, quando já nos momentos finais o programa ouvi:
-"Já agora e para terminar,fica no ar este espantoso poema popular dito pelo seu autor, o poeta Francisco Domingos Baião, de Castro Verde."

Conheci pessoalmente o poeta a quem já ouvi dizer de viva voz um belo poema que ele dedicou então à sua mãe.

O Chico Horta é dos Porteirinhos ,um monte pelo qual tenho muito carinho.
Fiquei à escuta.

O POETA

Não conhecia esta faceta libertária do poeta, mas dei ali mesmo gostosas gargalhadas.
Aqui fica o que ouvi nas ondas da Antena 3, segunda feira pelas nove e tal da noite, a caminho de Castro Verde:

"Cagando P’ra Toda a Gente

Cagando pr'o PPD
Cagando pr'o CDS
Eu caguei pr'o PCP
E também caguei para o PS

Eu caguei pr'o Balsemão
Pr'o Freitas do Amaral
Eu caguei para o Cunhal
E o Bochechas fecha a mão
Vai o maior cagalhão
Que em toda a vida caguei
E também caguei pr'o rei
O senhor Ribeiro Teles
Cago pr'a todos eles
Cagando pr'o PPD

Eu caguei pr'o presidente
Caguei pr'as Forças Armadas
Eu faço as minhas cagadas
Cagando pr'a toda a gente
E quem não estiver contente
Ainda mais me merda merece
Porque eu nunca me esquece
Lá debaixo do sobreiro
Caguei pr'o senhor Saleiro
Cagando pr'o CDS

Eu caguei para o ministro
Cá da nossa agricultura
Cago sempre com fartura
Porque eu no cagar estou bem visto
E ainda correm o risco
D'eu cagar pr'a quem não sei
Cago pr'a quem fez a lei
Que me proibiu de cagar
Mandando o cinto apertar
Eu caguei pr'o PCP

Caguei pr'a democracia
Caguei pr'o socialismo
Caguei pr'o comunismo
E caguei para a monarquia
E mais cagar já não podia
Mesmo que eu cagar quisesse
O muito cagar aquece
As bordas de um cu bendito
Que cagou cozido e frito
E caguei para o PS
Porque eu caguei a bem cagar
Como há muito não cagava
E não pude cagar pr'a mais
Porque a merda não chegava
"

Nota final: este poema foi criado ,nos anos setenta.