quarta-feira, dezembro 07, 2011

HOJE HÁ "CINEMA ÀS QUARTAS" em CASTRO VERDE

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O FILME DE HOJE NO DIA
DA SEMANA EM QUE A QUA-
LIDADE VISITA O CINEMA
EM CASTRO VERDE, É
"NUM MUNDO MELHOR"

Acontece como habitualmente no Forum Municipal pelas 21,30




"Em um mundo melhor " de Susan Beer


Oscar de filme estrangeiro deste ano, o último filme de Susan Bier é, sem dúvida, o melhor da premiação de 2011. Da diretora de “Coisas que perdemos pelo caminho” era natural esperarmos um roteiro sensível e humanista. Como todo filme que mergulha na alma humana, “Em um mundo melhor” também é carregado de conteúdos psicanalíticos. Comecemos pela elaboração do luto do pequeno Christian. Quando sua mãe morre de câncer, depois longo e intenso sofrimento, o adolescente percebe o alívio do pai. Ao ser consolado por ele com as palavras “foi melhor para ela”, passa a odiar o genitor, culpando-o pela perda. Não dá pra afirmar que aí tenha começado o trauma. O menino pode ter revivido alguma fantasia infantil, na qual teria odiado a mãe poor alguma frustração de desejo. A morte prematura da genitora teria atualizado sua culpa, e uma defesa do ego a projetou no pai. Isso explica o comportamento anti-social de Cristian. Elias, por sua vez, vive dramas paralelos. O bullying na escola, onde não é aceito pelos colegas, simultâneo à separação dos pais, com provável interconexão entre eles. O novo aluno, Christian, toma suas dores e se põe a defendê-lo dos agressores. Ao mesmo tempo, desloca para o pai de Elias seu desconforto face á covardia do próprio pai diante da morte da mãe. Assim como seu pai não foi capaz de vencer a doença da esposa, o pai de Elias se submete, “fraqueja”, diante de um idiota que o agride no parque. As explicações pacifistas de Anton não convencem o garoto. Ele precisava descarregar em alguém o ódio armazenado desde a morte da mãe. E o idiota do parque é um alvo pefeito. É assim que crianças normais se tornam capazes de atitudes anti-sociais, sejam elas provenientes de lares humildes ou não. Winnicott chama isso de deprivação. Privado do amor da mãe e odiando o pai, Christian chega à beira do suicídio na esperança de obter de volta o ambiente familiar acolhedor que perdera.