terça-feira, dezembro 27, 2011

UM DIA NA MINHA VIDA DE MINEIRO

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UM DIA DESTES ,PEDI AO
JOÃO APOLÓNIA QUE ESCRE-
VESSE UMA PEQUENA NOTA
SOBRE "UM DIA NA VIDA DELE
DE MINEIRO" PARA PUBLICAR
NA CASA DAS PRIMAS.

o João é mineiro da Mina de Neves Corvo, reside em Castro Verde e é da Vila que parte todos os dias para a mina onde ganha o pão de cada dia

O João acedeu e enviou este pequeno texto a qure acrescentou um outro sobre a sua vida de MOÇO.

UM DIA NA MINHA VIDA DE MINEIRO

Como trabalho por turnos e o trabalho é um bocado rotineiro, vou referenciar o turno da manhã, que começa às seis e termina às treze e trinta.
O despertador toca invariavelmente às cinco e um quarto. Levanto-me, ligo o micro-ondas Enquanto lavo a cara para ficar mais desperto.
Tomo o pequeno-almoço. Saio para a rua o ar fresco dá-me na cara deixando -me mais desperto ainda, entro no carro e vou na direcção de neves corvo.
Uma vez lá chegado, visto o fato-macaco, ajusto o cinto com a pilha e o capacete, e fico pronto para descer até ao meu local de trabalho que dista setecentos metros da superfície. Depois de um pequeno briefing em que o chefe distribui as várias tarefas, inicio o meu dia de trabalho.
Devo acrescentar que trabalho num ambiente de fumos, gases, e poeiras: O que torna o ambiente muito pesado. Acresce ainda o facto de uma enorme pressão por parte das chefias sobre os trabalhadores no sentido de se aumentar a produtividade, muito embora essa pressão seja em parte justificada; (como eles dizem) com a quebra dos teores de cobre, os trabalhadores não são devidamente compensados por mais esse esforço extra.

QUANDO EU ERA MOÇO

Quando eu era moço corria pelos campos de castro verde. Tomava banho nas ribeiras e apanhava pássaros nos olivais a vida corria alegremente sem cansaços e sem preocupações Um dia era mais um dia. A juntar a outros tantos que se seguiriam sem pensar muito no dia seguinte a não ser juntarmo-nos no largo do padrão e combinarmos a volta seguinte que invariavelmente era mais uns banhos no pego da lã ou uns mergulhos na pedreira com umas fisgadas pelo meio. Nas noites de verão brincávamos á apanhada, cabra cega, jogo das escondidas em que valia esconder em toda a vila e nos arredores, neste jogo o meu irmão Carlos era quase sempre o último a ser encontrado; O tarugo também era difícil de achar, o Carlos do jardim, o Marinho pintor, o Zé pintor e tantos outros, pois juntavam-se moços aos magotes e cada um corria por seu lado. Eram tempos alegres e de sã camaradagem.


Este vídeo que aqui mostro da Mina de Neves Corvo foi retirado do youtube, de autoria de atraxhd, e mostro aqui para ilustrar com imagens, a mina num dos seus tunéis.